O sistema carotídeo cervical é composto de 3 artérias: carótida comum, interna e externa. E qual a função das artérias carótidas? A comum e a interna são artérias de condução de fluxo sanguíneo. A comum conduz o fluxo para a carótida interna e externa. E a carótida interna, por sua vez, para o cérebro. Sendo que a carótida externa é uma artéria de distribuição de sangue para os diversos músculos e órgãos da cabeça, tendo como primeiro ramo a artéria tireoideia superior.

E por que é importante saber disso? Tendo este conceito nós entendemos as trajetórias e direções da artéria carótida interna e externa. A carótida interna por ser uma artéria de condução para do fluxo sanguíneo para o cérebro assume uma posição mais posterior e lateralizada na região cervical. Devido ao cérebro estar localizado mais distalmente, abrindo o caminho para a trajetória da carótida externa. Que por sua vez é responsável pela irrigação das estruturas da face assumindo uma posição mais medial e anterior.

E aqui eu chamo a atenção para 2 conceitos diferentes. um deles é a bifurcação da carótida que a região onde acontece a divisão nos ramos interno e externo. O outro é o bulbo. o bulbo compreende uma região de aumento do diâmetro arterial. geralmente localizada na transição da carótida comum para a carótida interna, mas podendo estar presente somente na carótida interna. Portanto, estes 2 termos não são equivalentes. E um engano bastante comum é usar o termo bulbo para se referir à bifurcação. Isso geralmente acontece quando se descreve a presença de placas ateroscleróticas. Por exemplo: se nós dissermos que existe uma lesão no bulbo carotídeo, esta lesão pode estar localizada tanto na carótida comum quanto na carótida interna. No entanto, nós devemos ser o mais específico possível. Desta forma quando vamos localizar a presença de placas ateroscleróticas devemos utilizar o termo bifurcação.
A traqueia fica posicionado medialmente as outras estruturas. Fazendo uma sombra acústica bastante relevante na região medial da nossa imagem. Adjacente a traqueia nós o observamos a tireoide. Também observamos a presença da carótida comum mantendo contato com a parede lateral da tireoide. Superiormente a carótida comum nós observamos a presença veia jugular interna. Neste ponto nós não devemos fazer confusão com a veia jugular externa. A jugular externa está localizada no tecido celular subcutâneo e a jugular interna é uma veia profunda dentro da região cervical. E logo acima a presença do músculo esterno cleido mastoideo.
Vamos falar sobre a localização da bifurcação carotídea. E já adianto que é bastante variada. Mas geralmente ela se localiza na altura do processo transverso de C4, que é esta imagem apiculada, bastante hiperecogênica e com sombra acústica posterior. E mais medialmente a presença da bifurcação, carotídea. Mas existe um outro marco da bifurcação carotídea e que nós percebemos ao realizar o exame. A presença da veia facial cruzando a bifurcação carotídea e sendo tributária da veia jugular interna.
Agora nós passamos para o seguimento de C5. o que tem de relevante aqui? O início da extremidade superior da tireoide. Portanto a bifurcação carotídea está acima da tireoide. Não custa lembrar que a anatomia pode ser variável e que estes marcos podem ser diferentes.
Segmento C6. Estamos indo em direção a base cervical. E nós notamos com maior facilidade, pelo aumento de tamanho e definição, maior quantidade de estruturas musculares. Como o musculo longo do pescoço, formando um base, ou cama para a tireoide, e tendo como limite lateral a presença do processo transverso de C6 e medialmente a presença da cartilagem cricoide. Um outro musculo que eu chamo a atenção é a presença do Omoiode, um musculo mais estreito, que está mais profundo ao esternocleidomastoideo e em contato com a carótida. E notem que neste nível, para o lado medial da carótida nós temos o Omoiode e lateralmente a presença da veia jugular interna. E sempre presente o musculo esternocleidomastoideo.
Notem também a presença do nervo vago. Sempre uma estrutura circular hipoecogênica e adjacente à carótida.  Nesta foto localizado lateralmente. Mas ao longo de todo o curso da carótida comum ele pode mudar para localizações mediais.
O último segmento, o C7. O que eu ressalto para vocês em C7 é a presença da artéria vertebral no seu segmento V1, que além da avaliação no plano longitudinal que é o habitual pode ser avaliado no plano transversal. Diferente do segmento v2 onde é muito trabalhoso e pouco produtivo a avaliação no plano transverso. E qual é a dica que eu deixo para vocês? Nós estamos com 2 estruturas circulares hipoecogênicas sendo uma medial e outra lateral. A medial apresenta pulsação e colorização ao doppler portanto correspondendo a artéria vertebral. E a estrutura circular hipoecogênica lateral correspondendo a raiz do plexo cervical.
Do lado esquerdo a comum tem origem direto no arco aórtico. Do lado direito nós temos a carótida comum com origem no tronco braquiocefálico (TBC). Assim como a subclávia direita também se origina no TBC. E qual a implicação disso para o nosso exame de ultrassonografia de carótidas?
Quando nós temos lesões hemodinamicamente significativas no TBC, nós temos alterações tanto no fluxo da subclávia quanto da carótida comum.
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