



Como identificar o CMI através da ultrassonografia? Nós devemos buscar o sinal da dupla linha de interface. A primeira linha de interface é a linha hiperecogênica entre o lúmen e a camada íntima. A segunda linha de interface é a linha hiperecogênica entre a camada média e a adventícia.

Portanto, em se tratando de medidas manuais, nós devemos realizar 3 a 5 aferições do complexo médio intimal em cada uma das carótidas comuns. E devemos obter a mediana das medidas de cada um dos lados.

Agora nós vamos discutir quais são as orientações para a medida do complexo médio intimal que foram relatados no consenso de Mannheim
- 1. Transdutor linear com frequência > que 7 mega-hertz
- 2. O modo b deve ter ganho de 60 decibéis
- 3. A frame rate ou taxa de atualização da imagem deve ser maior do que 15 onde o ótimo seria de 25 Hertz.
- 4. Deixar a luz sem a presença de artefatos.
- 5. A imagem da carótida deve ter uma situação de paralelismo com transdutor
- 6. A melhor imagem contínua da dupla linha
- 7. Deve ser sempre realizada bilateralmente
- 8. Deve ser avaliado o 1/3 distal da carótida comum
- 9. O local de escolha é 0,5cm proximal ao início do bulbo, ou seja, do afastamento das paredes anterior e posterior da carótida comum.
- 10. As medidas devem ser realizadas dentro de um trajeto de 1 cm
- 11. As medidas devem ser realizadas durante a diástole. Para isso pode ser necessário o uso do cineloop ou seja do congelamento da imagem seguido do retorno dos quadros anteriores.
- 12. A bifurcação da carotídea deve ser mostrada na imagem para servir de referencial do adequado local de aferição
- 13. As medidas devem ser realizadas em locais sem placa.
- 14. Os valores mais reais são as medianas das medidas realizadas neste trajeto de 1cm. E que medidas únicas podem ser extrapolações do real valor do CMI.
- 15. O valor de referência deve seguir a etnia e idade do paciente

Como rastreio de doenças aterosclerótica e avaliação da sua progressão
estratificação de fatores de risco
avaliação de eficácia de tratamento medicamentoso.

Por isso na década de 90 muitos estudos testaram o use de estatinas e anti-hipertensivos onde o parâmetro avaliado foi a progressão do espessamento médio intimal e o surgimento de placas ateroscleróticas. Neste contexto é importante ter em mente que estas duas alterações precedem eventos clínicos relevantes como infarto agudo do miocárdio, acidente vascular encefálico e mortes relacionadas a estes 2 fatores.

Nós sabemos que a aterosclerose é uma doença sistêmica que altera as camadas média e intima da parede arterial. E entre todas as mudanças observadas, nós temos 3 marcos importantes: o acúmulo de material lipídico, proliferação celular, e eventuais hemorragias dentro da placa. Todos estes fatos vão promover desorganização e aumento de tamanho das camadas média e intima. E a ultrassonografia vê estas alterações, e o que é mais importante, acompanha a progressão destas mudanças.



